fragmentos

A place to talk about good things.

De repente me bateu uma ansiedade injusta. Aquele tipo de espera na qual não podemos mudar — não podemos fazer absolutamente nada. Ficamos sentados, ou deitados, como se esperando que algo mudasse. Ficamos exaustos, atônitos e ao mesmo tempo elétricos. Preocupados com o tic-tac constante do relógio, com a não-pressa do tempo-espaço, com a vaguidão das coisas.

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Voltando para casa hoje depois de almoçar, me deparei com um homem e uma mulher sentados numa calçada, próximo de onde eu estava. A mulher estava colocando cimento em algum buraco no chão e o homem sentado ao lado, observando, mão no queixo, olhando para o tempo, enquanto ela dizia algo inaudível para mim.

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Antes de ir ao barbeiro, passei na livraria. Aquelas grandes, que tem no Brasil todo. Subi na escada rolante, entrei, fui direto para a sessão de literatura estrangeira, em especial à estante de livros da literatura russa.

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Todo mundo já decidiu escrever um livro em algum momento na vida. Ou talvez o correto não seria ‘decidido’, mas pensado, talvez. “Vou escrever um livro sobre essa minha vida desastrada”, etc. A gente tem essa urgência de escrever, como se colocar as coisas no papel fosse uma solução “carta-na-manga” para muitas de nossas angústias. No final, ninguém faz absolutamente nada. Continuamos alimentando nossa frustração diária e dizendo que sim, vou pôr no papel (ou na tela do computador) o acontecimento de hoje para jamais esquecer e livrar de mim tal preocupação.

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